O objetivo deste relato é prestar importantes esclarecimentos aos proprietários de animais de estimação, quanto aos riscos dos procedimentos de imunização (vacinação) de seus animais, sem a devida orientação e/ou supervisão de um médico veterinário; considerando que esta vem se tornando uma prática, cada vez mais comum e temerosa, com o advento da comercialização de vacinas em pet shops e lojas de produtos agropecuários.
Alguns proprietários, com o intuito de "economizar" na hora de vacinar o seu bichinho de estimação, acabam recorrendo às pessoas erradas como leigos, práticos, balconistas ou donos de pet shop ou casas agropecuárias. Esse tipo de pensamento e comportamento do proprietário pode prejudicar o bem-estar e saúde do seu animalzinho de forma grave, muitas vezes fatal.
Existe no mercado pet hoje em dia, vários tipos de vacinas, tanto nacionais como importadas, e uma das grandes discussões principalmente entre pessoas que não têm conhecimento técnico sobre o assunto (leigos, práticos, balconistas, donos de estabelicimentos, proprietários), é a qualidade das vacinas nacionais usadas na vacinação de seus animais, esquecendo um ponto de extrema importância: "essa vacina nacional ou importada foi aplicada por um veterinário?". Muitas vezes vemos animais que foram vacinados com produtos de excelente qualidade adoecendo e até mesmo morrendo de uma doença que ele deveria estar imunizado. Outras vezes vemos animais que receberam doses da vacina nacional, saudáveis e imunizados, que nunca apresentaram qualquer sinal de doença; como explicar??
O diferencial (muitos vão pensar: "o gasto a mais") é justamente procurar uma pessoa qualificada (o Médico Veterinário) para cuidar da saúde do seu bichinho e consequentemente do seu bolso, pois o gasto que você terá com remédios, cuidados, consultas, exames e até internações é muito maior que o preço da vacina que foi "economizado".
Os fatores que influenciam a resposta vacinal pelo animal são mais numerosos e complexos que a simples escolha da vacina (nacional ou importada, a vacina cara ou mais em conta). Devemos levar em consideração: a conservação em temperatura ideal das vacinas, lugar apropriado para seu armazenamento e comercialização, época em que o animal foi vacinado (pois existe um momento na vida dos animais em que os anticorpos adquiridos da mãe através do primeiro leite ou colostro interferem na resposta vacinal, mas não protegem contras as doenças), se o animal está livre de parasitas intestinais (os vermes), se apresenta alguma doença ou algum fator que atrapalhe a resposta vacinal, se foi seguido de forma correta o protocolo de vacinação de filhotes ou de animais jovens prescrito pelo veterinário, e se, o organismo do animal vacinado vai responder de forma satisfatória produzindo anticorpos contra as doenças (algumas vezes acontece uma "falha" no sitema imune do animal, que mesmo recebendo o protocolo tradicional de vacinação não consegue "produzir" de forma satisfatória anticorpos suficientes para sua proteção).
Assim que você comprar ou ganhar um cachorrinho ou gatinho, convém levá-lo ao Médico Veterinario para uma avaliação geral. Enquanto seu animalzinho não estiver com as vacinas em dia tome cuidado para que ele entre em contato apenas com outros animais saudáveis (o ideal seria evitar o contato com qualquer animal, até completar o esquema de vacinação) e, quando levá-lo na clínica veterinária mantenha-o no colo e distante dos outros animais.
Procure sempre a orientação de um veterinário de sua confiança, pois ele é a pessoa mais qualificada para cuidar da saúde do seu pet.
Dr. Vitor M. Travassos
Médico Veterinário - CRMV-PE 3574
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